Bandas Filarmónicas da Ilha do Pico é um documentário de 60 minutos sobre a importância histórica, sociocultural e antropológica das filarmónicas na nossa ilha. “As bandas filarmónicas são um fenómeno transversal a todo o país onde existem centenas de bandas o que mostra a sua importância e representatividade. A Ilha do Pico apresenta a maior densidade de bandas filarmónicas em Portugal, existindo uma por cada 360 habitantes.” É este o intróito da proposta de filme documentário, a produzir e realizar por Rodrigo Lacerda e Rita Alcaire. Segundo os audazes promotores desta inovadora obra, mais uma, refira-se, que muito irá contribuir para a divulgação da nossa ilha, quer no âmbito cultural, mas sobretudo como apelativo à visita, de quantos procuram sítios e recantos diferentes para as suas férias, acumulando o prazer de participar em vivências diferentes, como são as nossas festas civico-religiosas que, felizmente, continuam a integrar, quase obrigatoriamente, os concertos musicais das nossas filarmónicas. Mas é interessante referir que o Rodrigo Lacerda, realizador de cinema, bisneto de João Soares de Lacerda, que vivia na Rua Direita da vila das Lajes, é natural de Coimbra, mas durante a sua infância e adolescência, veio muitos anos passar algumas semanas de veraneio à Engrade, na Ponta da Ilha, onde tem uma casa e por esses tempos foi notando a forte presença e importância das filarmónicas nesta ilha o que o motivou a desenvolver este projecto para a realização de um filme-documentário sobre as nossas filarmónicas, já que, segundo ele, “O Pico constitui-se como uma zona de particular interesse por ser a região do país com maior expressão deste tipo de colectividades em relação ao número de habitantes e onde se verifica, aparentemente ainda com maior força, a importante ligação com as comunidades onde se integram.” Por isso, também esta nota a relevar a iniciativa a que se propõe meter ombros.
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Rodrigo Lacerda |
O documentário será trabalhado em duas vertentes: a) Permitindo fazer uma inventariação alargada de materiais documentais que serão desta forma preservados para as gerações vindouras e que poderão ser usados para exposições, trabalhos de investigação, entre outros; e b) Actuando na identificação, documentação, protecção e promoção do património e identidade cultural da Ilha, que deve ser preservado a fim de evitar o seu desaparecimento ou a perda das características que lhes conferem peculiaridade. Este projecto será dividido em quatro fases: 1ª Fase: Pré-produção – Julho de 2009 a Dezembro de 2009; 2ª Fase: Produção – Janeiro a Agosto de 2010: As filmagens serão divididas em dois momentos importantes. De Janeiro – Março serão realizadas a maioria das entrevistas, filmados os ensaios e o dia-a-dia de uma banda filarmónica no Inverno, período em que existem menos actuações mas durante o qual o trabalho não pára. De Abril a Agosto, acompanharão as bandas a actuarem nas várias festas religiosas que se realizam nesta altura, nomeadamente Festas do Espírito Santo, Cais Agosto, Semana dos Baleeiros e Festas de Santa Maria Madalena. Este é também um período em que muitos dos emigrantes nos visitam, o que dará outro colorido às filmagens; 3ª Fase: Pós-produção – Setembro a Dezembro de 2010; Durante esta fase realizar-se-á a montagem do documentário e a mistura de som; 4ª Fase: Exibição e distribuição – A partir do início de 2011; Os realizadores e produtores do Bandas Filarmónicas da Ilha do Pico comprometem-se a entregar um número de cópias de DVD, a determinar, ao Governo Regional dos Açores e um exemplar do DVD a cada banda filarmónica que participe neste trabalho e procederão à distribuição do documentário por festivais de cinema e vídeo, estações televisivas regionais, nacionais e internacionais e por outros canais que considerem relevante.
Ao realizarem a pesquisa para este projecto, no entanto, notaram não haver muito material bibliográfico que os auxiliasse a conhecer melhor esta realidade em geral e a história de cada banda em particular (activas ou extintas). Nesse sentido, apelam a todos os que, de boa-vontade, lhes queiram disponibilizar informação sobre o historial de qualquer banda da nossa ilha, assim como outro tipo de material de que disponham sobre a colectividade, para que enviem os seus contributos para o endereço electrónico: rodrigolacerda@me.com
Aqui fica o alvitre, por uma boa causa… segundo julgo.
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